quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Paraíso Perdido




Não paramos o tempo. Ele é como uma flecha no destino, não espera, irreversível. Corremos e corremos atrás de sua sombra. Eu ainda lembro de uma época que não consegui alcança-lo, mas um dia, depois de muito correr, eu parei debaixo de uma grande árvore e tentei retomar o meu fôlego, deveras cansada, mas continuei a correr sem olhar para os lados. Depois de tantos anos, percebi que o tempo não morava naquela sombra, o tempo não é lógico, muito menos é resumido a horas. Ele estava naquele descanso que eu não me permitir. 

Queria muito descansar e pode ouvir os pássaros anunciando a primavera, sentir o aroma das rosas e quem sabe ouvir o que elas tinham a dizer, talvez elas guardassem um grande segredo. Queria encarar o sol, e tentar medir forças inutilmente, para só depois rir de como sou ingênua. Queria, queria e queria buscar esse tempo perdido. Hoje, não tenho mais forças para correr, muito menos para descansar. Não há descanso para aqueles que não possuem lembranças, o paraíso perdido sempre está em nós mesmos.

2 comentários:

  1. Bom texto, o tempo é um mistério enigmático, acho que não deveríamos perder um só instante da vida nos aborrecendo, principalmente com coisas banais, ou criando problemas e necessidades que são impossíveis de ser resolvidas. Para que perder tempo provando que se tem razão, mesmo que se tenha. Quando se vê aquele momento que poderia ter sido aproveitado para sorrir, foi usado para se aborrecer, e quando se percebe já passou e quanto a isso, ninguém pode fazer nada.

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    1. E quando percebemos, o sofrimento é maior, eis a dor da perda. A vida se não é bem vivida, será feita de lembranças, restos de memória que ainda poderá dar alguma alegria. Penso que o tempo possui o seu lugar, e nós devemos procurar o nosso lugar. E esse lugar está em nós mesmos.

      Obrigada pelo comentário, Aila.

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