domingo, 26 de junho de 2011

Desapego

Não iria sair naquele dia, cuidaria da sua mente e do seu corpo, percebeu que fazia muito tempo que não olhava para si. Recusou vários convites para sair e não se arrependeu! Ela precisava desse tempo, não estava suportando lembrar do seu passado, nem pensar se alguém especial iria aparecer... Naquele momento, ela estava com sede do presente, este que devia ser a sua prioridade. 

Praticou o desapego com tudo que a fazia mal, e ele estava nessa lista.Não queria saber dele, mas inutilmente acabava relembrando, aquelas correntes não quebravam e a cada dia, ela perdia as suas forças. Pensou em apelar para um confessionário, queria contar todas as suas aflições, no entanto, viu que nada disso resolveria ou amenizaria a sua dor.Ninguém poderia entender o que se passava em seu íntimo, além dela mesma. 

Decidiu não pensar mais nas lembranças,deveria enterrar esse passado e seguir em frente. Porque era tão difícil? Simplesmente porque ela não praticava o desapego com pequenos atos que fazia uma grande diferença.Usou o imperativo em si mesma, não queria ouvir, ver e nem pensar nele. A sua grande indagação do "Porque ele fez isso?"  ficaria assim...sem resposta! Nem tudo que acontece na vida pode ter uma resposta, não é? Pensando nesse novo jeito, um alívio começou habitar em sua mente.Terminou o seu dia fazendo o que mais gosta e que há tempos estava  esquecido em sua rotina particular...

 Cuidou do seu corpo ,saboreou o seu chá favorito , escutou uma boa música e viveu!

sábado, 18 de junho de 2011

Sonhos Perdidos


Nunca sonhou com príncipes encantados,nem casamentos de princesa, muito menos em contos de fadas.Sempre foi realista e dizia sempre que isso tudo era "besteira", a vida para ela não necessitava de sonhos encantados e sim de ser sempre pé-no-chão,estava se conformando que amor eterno não foi feito para ela.Um dia,passou em uma loja e parou, algo tinha roubado a sua atenção naquela vitrine..era um vestido de noiva, nunca tinha olhado um vestido tão gracioso e belo. Seus sonhos que deviam estar perdidos em algum lugar, nascia naquele momento.Começou a imaginar, como seria o seu casamento, o seu príncipe, até um feliz para sempre.

Ela tinha que ceder, sabia disso. Não podia ser a "eterna realista", a vida também é feita de sonhos, precisamos disso.Mas ela não era tão culpada assim, homens brincaram com seu coração gratuitamente, e isso a machucava e tirava a cada dia a sua esperança de ter uma felicidade plena. Mesmo não conhecendo o amor, seu coração estremeceu quando olhou aquele vestido tão impagável em sua memória,ela estava resgatando aqueles sonhos perdidos, um sorriso crescia em seu rosto,não suportou somente olhar aquele vestido, queria tocá-lo..Deixou a realidade do lado de fora e entrou, foi aprender a sonhar . 

Linda de branco, como um anjo do céu, segurando rosas vermelhas,a cor do amor e da paixão.Seu olhar sereno, límpido caminhava para a felicidade plena, não sentia mais o seu coração, estava em êxtase, a porta aos poucos se abria,a marcha nupcial invadia a sua mente,não teve tempo para pensar, só podia sentir a felicidade em seu peito,caminhou para o altar da sua vida(...)


- A Senhora, deseja alguma coisa?

- Não, obrigada! 

O seu sonho foi interrompido, mas não estava perdido. Aquele sonho branco, ressuscitou a sua esperança.Percebeu que mesmo não alcançando um amor eterno,o sonho não podia morrer. A realidade impaciente estava chamando lá fora, ela se despediu daquele vestido de esplendor perfeito. Seguiu o seu caminho , mas com a certeza que contos de fadas não era uma "besteira", tinha sim muito sentido.